Oh Lianor, tu que deslizas sobre este chão vestido de verde, para onde vais? Não sei se quero adivinhar, a avaliar pela tua inquietação e pelos teus olhares em volta, como que a procurar por alguém. Disfarças o teu desejo transportando esse pote à cabeça. Dizes que vais à fonte, que vais buscar água, não é? Dizes tu, mas eu bem sei.
Vejo-te por detrás deste arbusto, onde a minha inquietação já incomoda.
Porque não podem ser minhas, tuas mãos de seda ou o teu pescoço delicado? Invejo-o a ele (sim, ele por quem tu procuras, que eu bem sei), que conseguiu conquistar o direito de ti. Sim, Lianor! Por que outro motivo irias tu agora descalça por este chão que te eleva, por que trarias a tua touca preferida (aquela da qual te foge o pescoço) combinada com tua saia branca que mal tapa o tornozelo?
Oh Lianor, como eu te conheço!
Hoje a tua beleza chama as árvores, faz cantar os pássaros, convida o vento a passear contigo. Sinto a suavidade dos meus movimentos em mim, mesmo sabendo que não é a mim que se querem mostrar.
Vai, então, para a fonte, Lianor. Aqui fico e te espero na esperança de poder carregar a água que trarás ao vir da fonte, se a trouxeres.
Vejo-te por detrás deste arbusto, onde a minha inquietação já incomoda.
Porque não podem ser minhas, tuas mãos de seda ou o teu pescoço delicado? Invejo-o a ele (sim, ele por quem tu procuras, que eu bem sei), que conseguiu conquistar o direito de ti. Sim, Lianor! Por que outro motivo irias tu agora descalça por este chão que te eleva, por que trarias a tua touca preferida (aquela da qual te foge o pescoço) combinada com tua saia branca que mal tapa o tornozelo?
Oh Lianor, como eu te conheço!
Hoje a tua beleza chama as árvores, faz cantar os pássaros, convida o vento a passear contigo. Sinto a suavidade dos meus movimentos em mim, mesmo sabendo que não é a mim que se querem mostrar.
Vai, então, para a fonte, Lianor. Aqui fico e te espero na esperança de poder carregar a água que trarás ao vir da fonte, se a trouxeres.
(paráfrase do poema "Lianor vai pera a fonte", de Luis Vaz de Camões)
3 comentários:
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Mariana, a letra não poderá ser um niquinho maior, não?
Pois é, como diz o Poeta «avec le temps va, tout s'en va», os cotas já não têm a mesma acuidade visual da juventude. Ler este texto, que até parece bonito, bem pensado e escrito, torna-se tarefa excessivamente árdua.
Beijinhos. Bom fds. Belas produções. :)
e.
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está muito lindo, mariana.
tens um estilo de escrita muito cracteristico. eu gosto :)
beijinho*
está muito lindo, mariana.
tens um estilo de escrita muito cracteristico. eu gosto :)
beijinho*
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