Não sou pessoa de fazer auto-avaliações. Não gosto de avaliar como sou nem porque sou. Quer dizer, para falar a verdade, não é bem não gostar, é mais não saber. É sempre muito mais fácil quando procuro adjectivar os outros, tanto nas suas qualidades como nos seus defeitos. É tão fácil dizer que fulano tal é arrogante, ou antipático, ou cómico, ou o raio que o parta! Já quando falo de mim, fico sempre um pouco de pé atrás. Dizer que sou divertida é um cliché (no fundo, todos nós achamos sê-lo), que sou simpática igualmente, ou amiga do meu amigo, orgulhosa, complicada. Não seria certo dizê-lo, porque o meu estado de espírito adapta-se às diferentes situações, dias, pessoas.
Posso dizer que tenho uma personalidade um tanto ou quanto volátil (e com isto não quero dizer que sou influenciável. quero simplesmente dizer que me adapto de diferentes formas a diferentes pessoas, a diferentes espaços, a diferentes personalidades). O meu humor é super-instável ("qualidade" - com muitas aspas - de Gémeos, como diz a minha mãe). Se calhar até sofro de síndrome de múltipla personalidade, mas não quero pensar nisso. (...)
acho que poucas foram as pessoas que me conheceram realmente, tal e qual como eu sou, em toda a minha espontaneidade de actos e pensamentos. Na verdade, não consigo ser espontânea em todos os meus actos em frente de pessoas que não conheço ou que conheço pouco. É-me também difícil "puxar" uma conversa com essas pessoas se elas não "puxarem" também por mim.
Se calhar sou uma pessoa estranha, mas acho que não me devo preocupar com isso. Cabe aos outros ficarem preocupados, enquanto eu me limito a sorrir e lhes digo: não gostas, não comas.
Posso dizer que tenho uma personalidade um tanto ou quanto volátil (e com isto não quero dizer que sou influenciável. quero simplesmente dizer que me adapto de diferentes formas a diferentes pessoas, a diferentes espaços, a diferentes personalidades). O meu humor é super-instável ("qualidade" - com muitas aspas - de Gémeos, como diz a minha mãe). Se calhar até sofro de síndrome de múltipla personalidade, mas não quero pensar nisso. (...)
acho que poucas foram as pessoas que me conheceram realmente, tal e qual como eu sou, em toda a minha espontaneidade de actos e pensamentos. Na verdade, não consigo ser espontânea em todos os meus actos em frente de pessoas que não conheço ou que conheço pouco. É-me também difícil "puxar" uma conversa com essas pessoas se elas não "puxarem" também por mim.
Se calhar sou uma pessoa estranha, mas acho que não me devo preocupar com isso. Cabe aos outros ficarem preocupados, enquanto eu me limito a sorrir e lhes digo: não gostas, não comas.
2 comentários:
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Grandes obras!
Vou ter de pedir o endereço do mestre de obras :=))))
Simples opinião-pergunta: a letra um pouco maior e o texto 'justificado' não tornariam a leitura mais agradável?
e.
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Contudo, contudo,
Também houve gládios e flâmulas de cores
Na Primavera do que sonhei de mim.
Também a esperança
Orvalhou os campos da minha visão involuntária,
Também tive quem também me sorrisse.
Hoje estou como se esse tivesse sido outro.
Quem fui não me lembra senão como uma história apensa.
Quem serei não me interessa, como o futuro do mundo.
Caí pela escada abaixo subitamente,
E até o som de cair era a gargalhada da queda.
Cada degrau era a testemunha importuna e dura
Do ridículo que fiz de mim.
Pobre do que perdeu o lugar oferecido por não ter casaco limpo com que aparecesse,
Mas pobre também do que, sendo rico e nobre,
Perdeu o lugar do amor por não ter casaco bom dentro do desejo.
Sou imparcial como a neve.
Nunca preferi o pobre ao rico,
Como, em mim, nunca preferi nada a nada.
Vi sempre o mundo independentemente de mim.
Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,
Mas isso era outro mundo.
Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que era cor de laranja.
Acima de tudo o mundo externo!
Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.
Álvaro de campos, Poemas
*** Agradeço-lhe, Mariana, esta releitura, hoje.
eli
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