sexta-feira, 25 de abril de 2008

Cara-a-cara (apresentação oral)



Para quem os via, se é que alguém os via, eles não eram nada: eram só mais dois jovens de cara tapada pelas mãos. Não se via sorriso, não se viam lágrimas, não se via um traço de pecado nos seus rostos – eles não tinham rosto.
Ele à esquerda, de cabelos curtos, castanhos, penteados para o lado; ela à direita, de cabelos longos, loiros, ondulados. Tapavam a cara, e era só o que se sabia deles. Os casacos cinzentos de ambos pouco diziam; as unhas roídas muito menos. Ou talvez nos dissessem. Talvez fossem ambos inseguros, medrosos, ansiosos – ou talvez não.
A paisagem, lá ao fundo, não ajudava em nada na sua luta por se destapar – mas será que eles queriam mesmo? Uma árvore despida, ao centro, caixas de relva à esquerda, um prédio à direita. Vazio e nevoeiro. Frio e vazio. Não se ouvia um som a não ser o do vento, e eles não queriam falar. Não se cheirava mais nada senão à forte neblina (e talvez um trave do perfume da rapariga).
Mas que interessava tudo isso, se a dúvida maior permanece? Porque não se olham os dois?
Podia imaginar mil e um motivos, que nenhum estaria certo. Se eles tapavam a cara, é porque a queriam assim; se queriam ter a cara tapada quem sou eu – ou tu – para questioná-los?


E a turma diz que...



Parecem tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo




Solidão invisível




Quanto mais te afastas, mais próximo me sinto de ti.




Amor ou ódio?




Esconde, esconde!




Às vezes, só queria desaparecer.



"Reencontro da solidão"
Duas pessoas escondidas de um mundo frio,
Duas pessoas que não querem ver, nem ser vistas.



A vergonha de mostrar o que realmente se sente, por vezes faz com que tapemos a cara para não verem a nossa expressão.


Nesta foto, penso que existe um forte simbolismo na árvore, mas ao ter o nevoeiro à frente, pode-se comparar o facto de o nevoeiro "esconder" alguma coisa, com os dois jovens estarem a tapar a cara.


A vergonha na adolescência.
Esta imagem parece duas pessoas que sentem vergonha de como são, do que sentem ou de como vêem o mundo, mas, tal como foi dito pela Mariana, esta
imagem pode significar muita coisa, em que nenhuma possa estar certa.




O olhar através do pensamento.




A testemunha




Amor: triste tragédia



"A confusão dos pensamentos"
Estando os dois de cara tapada, com uma enorme confusão de pensamentos sem saber o que decidir. O ambiente em volta, estando uma enorme neblina cercando-os, ajuda um pouco nessa confusão.



Eles ali, unidos pelo nada.




Tão perto e tão longe...



A vergonha assombra os seus rostos cobertos pelas mãos que antes sentiam o calor um do outro. Traição? Talvez... Arrependimento?...
Querem-se mas não se alcançam.



O medo do mundo na (insegura) "visão" dos jovens.




Com os olhos tapados, tudo pode ser mais claro e simples.




O amor é cego.




Ver o que de melhor há em ti.




Duas pessoas que se magoaram e ficaram distantes.




1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem, Mariana. Bravo!

***_***

Bj-e

*** Como não esteve presente na última aula, veja os textos de apoio em:

http://odecimofdaaa.blogspot.com/

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